sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Vida e morte ....

(Dedicado ao anjo Paulo Gressana)
Vida, morte e um fio invisível de mistérios indesvendaveis que nos ligam. Acredito na citação atribuída ao grande William Shakespeare: " há mais mistérios entre o céu e a terra do que toda a nossa vã filosofia", aconteceu comigo. Demorei muito a desvendar bem o que havia contido no poema que postarei abaixo. Estava em um período de inconformismo pessoal rumando para uma nova vida separada do meu marido. Mesmo forçando a separação sentia a perda como se tivesse arrancado um membro do meu corpo, afinal foram 24 anos de relacionamento.
Chega, agora, a pior das notícias a perda de meu sobrinho emprestado, mas muito amado por mim. Um anjo,jovem ainda, apenas 24 anos. Ele havia me visitado naquela mesma manhã e por estranho que possa parecer lembro de seu abraço e olhar ao levá-lo até o elevador, foi diferente, pareceu-me mais demorado, de consolo. À noite deitei-me inconformada e com muitos questionamentos. O perdia para a morte em um acidente de automóvel, numa estrada movimentada pelos festejos entre o Natal e o Final do Ano, sem estar alcoolizado. Por quê? Aquele abraço e aquele olhar...foi quando o vi 'literalmente', de pé ao lado da minha cama, o olhei e ele apenas disse-me: IF
Fiquei intrigada e meditativa sobre o significado dessa palavra ditas em inglês,ele era brasileiro. Então, qual o sentido? Fiquei dias e dias intrigada, lembrei-me que conhecia algo que repetidamente citava IF.... Pesquisei e descobri que era um poema. Alguns meses atrás um amigo, justamente às vésperas do Natal, postou este como um dos melhores poemas que já lera :


Rudyard Kipling (criador do menino "Mogli" no livro "The Jungle Book") escreveu esse poema edificante chamado "If", magistralmente traduzido pelo "príncipe dos poetas", Guilherme de Almeida!

IF
"Se és capaz de manter tua calma,
quando todo mundo ao redor já a perdeu e te culpa.
De crer em ti quando estão todos duvidando,
e para esses, no entanto, achar uma desculpa.
Se és capaz de esperar sem te desesperares,
ou, enganado, não mentir ao mentiroso.
Ou, sendo odiado, sempre ao ódio te esquivares,
e não parecer bom demais, nem pretensioso.
Se és capaz de pensar - sem que a isso só te atires -,
de sonhar - sem fazer dos sonhos teus senhores -.
Se, encontrando a Desgraça e o Triunfo,
conseguires tratar da mesma forma a esses dois impostores.
Se és capaz de sofrer a dor de ver mudadas,
em armadilhas as verdades que disseste
e as coisas, por que deste a vida, estraçalhadas,
e refazê-las com o bem pouco que te reste.
Se és capaz de arriscar numa única parada,
tudo quanto ganhaste em toda a tua vida,
e perder e, ao perder, sem nunca dizer nada,
resignado, tornar ao ponto de partida.
De forçar coração, nervos, músculos, tudo,
a dar seja o que for que neles ainda existe.
E a persistir assim quando, exausto, contudo,
resta a vontade em ti, que ainda te ordena: Persiste!
Se és capaz de, entre a plebe, não te corromperes,
e, entre Reis, não perder a naturalidade.
E de amigos, quer bons, quer maus, te defenderes,
se a todos podes ser de alguma utilidade.
Se és capaz de dar, segundo por segundo,
ao minuto fatal todo valor e brilho.
Tua é a Terra com tudo o que existe no mundo,
e - o que ainda é muito mais –
és um Homem, meu filho!"

Somente agora, passados muito tempo desde o ano de sua partida( 1992) louvo ao anjo amado as muitas mensagens contidas nesse belo poema que ele deixou-me. Muitas verdades aí ditas, confesso não as ter suportado, AINDA! (elpis) 
   
                                   

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