Cometi o erro FATAL de ignorar o tempo. Não o fiz porque queria, não, a vida é assim e ninguém pode mudar isso de um dia para o outro. Não venha dizer-me que ainda não ocorreu para você, ou já aconteceu com você, nós sabemos.A gente sempre pensa que o tempo e nós andamos juntos, unidos e que somos inseparáveis. Não é, não! Se você é jovem, está acompanhando seu tempo de acordo e à galope como o tempo tem andado ultimamente, mas se já caminhou como eu já caminhei sabe exatamente e quando percebeu que o ignorou. Não possuo habilidade e conhecimento científico para expor e falar sobre tempo e sinceramente penso tempo sob dois ângulos de visão. Há o tempo temporal científico e o tempo pessoal paralelo a ele, é assim que consigo, no momento, descrever e não vou parar o texto no exato momento que o escrevo para pesquisar sobre, ou usar linguagem acadêmica, muito menos palavras rebuscadas. O que refiro-me aqui é exatamente isso, apesar de sempre estar envolvida com os jovens,tendo filho jovem, trabalhando,ensinando e, assumidamente confessando que aprendi e aprendo muito com eles, tenho andado um pouco assustada. Digo isso, porque a mídia anda trazendo-me amostras de atitudes liberadas e liberais do meio jovem explorados em programas chamados "reality show". Já, há muito, havia desistido de assistir canais abertos televisivos, prefiro TV à cabo, porque sou cinéfila. Por curiosidade liguei na referida emissora do "reality", com jovens de lindos atributos físicos, para poder trocar ideias com os meus jovens amigos; causou-me espécie assistir uma festa regada com iguarias finas, bebidas, dança e muita sedução. As jovens estavam todas, ou quase todas bêbadas, atirando-se para cima dos jovens causando inveja aos mais afetados bordéis que aparecem nesses filmes cinematográficos. Nada mais grotesco do que assistir uma mulher embriagada lançando jatos de vômitos e palavras de baixo calão em gargalhadas debochadas. Senti vergonha! Os jovens pareceram-me mais contidos.
Não sou pudica, ou qualquer outro sinônimo que caracterize o mesmo. Minha adolescência iniciou na época que os jovens do país protestavam e rebelavam-se contra o autoritarismo militar, a rigidez dos pais e os tabus que envolviam o sexo. No mundo iniciava-se uma geração chamada de "Paz e Amor", as mulheres pregavam seus direitos de igualdade com os homens profissionalmente e aonde houvesse discrepâncias entre macho x fêmea. Frequentavam festas, fumavam cigarros e o sexo já estava liberado, a tão decantada virgindade era opcional, íntima individual. Acompanhei a evolução e o crescimento dessas novas ideias, sou extremamente alegre por natureza, adoro dançar, cantar, enfim tudo que me satisfaça como indivíduo. Sou despretensiosa de pudores, meus jovens me tratam de igual para igual, apesar de algumas marcas no rosto, pelo tempo.
Finalmente, voltando ao fechamento da ideia iniciada digo que estou perplexa com a desvalorização do sexo feminino. A mulher, hoje representada pelas jovens do programa citado, são aberrações do ideal que a minha geração pregou. Está havendo um declínio moral desenfreado da jovem como figura feminina que, apesar da suas escolhas pessoais, deveria continuar com aquele encanto misterioso que conquista sem insinuar, que escolhe sem demonstrar, que faz sexo como se fosse dançar uma linda música clássica romântica. Se os jovens amigos me perguntarem o que penso sobre o programa, apenas direi : cometi o erro FATAL de ignorar o tempo.(elpis)
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