(1ª publicação em 30/10/2010)
Estava com excesso de trabalho
(graças a Deus)! Era uma época que o vil metal estava curto para as
muitas despesas que rondavam a minha bolsa. Despesas não previstas e
dinheiro de menos. Lá fora o clima era de calor intenso e um clima agitado pairava em todas as pessoas, preparavam-se para os festejos de
final de ano. Iniciava um trabalho grande e com data rigidamente
prevista para o término. Minha meta era cumprir diariamente a
correção e a revisão de duzentos textos. Fiquei feliz, afinal estava
fazendo o trabalho que amo e estava rendendo uma boa grana.
No terceiro dia já estava
revendo várias vezes o mesmo texto, levantando-me para alongar a cada 15
minutos e tomando muita água. Mantinha a minha meta em dia. O
corre-corre da vizinhança, em casa e os muitos telefonemas
perguntando-me onde iria passar o Natal, já estava deixando-me
intranquila. Repentinamente não conseguia mais concentrar-me na tarefa,
além de estar preocupada com o estado de saúde da minha fragilizada
cachorrinha que estava tão longe de mim, internada no
hospital. Estupidamento iniciou-se o processo de uma ideia fixa e
indagar-me e procurar a resposta do por quê das pessoas ficarem mais
ansiosas nessa época, se é uma época de se manter a serenidade!? Queria a
minha compensação, comemorar também mas sem gastos, então o correto não
seria comemorar, sim celebrar. Foi quando ele surgiu na minha frente!
No monitor no lugar do texto, imagine… -Não nessa hora não!- Pensei e
desviei o olhar, levantei-me fiz alongamento, olhei a hora, 22 h, faltam
20 textos eu preciso terminar. O mais engraçado que justo neste mesmo
instante meu estômago começou a reclamar, dirigi-me à cozinha vi uma
banana comi e tomei muita água, voltei ao PC. A imagem dele voltou
novamente, descobri que o desejava mais do que nunca, ele era
maravilhoso… dourado, sem barriga de tanquinho, melhor, rechonchudo e
não era passado, estava no ponto! Meu ego estava ficando agitado. Ele
dizia-me vá em frente mulher, encare-o, ele também lhe deseja muito.
-Não, não e não! Vou terminar o trabalho.- Terminei e enviei com um
suspiro longo, aquele sabor de dever cumprido e o poder da rejeição de não envolver-me a qualquer momento na sedução. -Tem de ser do meu jeito e
na hora que eu quero-,pensei.
Olhei novamente a hora,
23h15min e ele continuava no meu pensamento. -Bom eu mereço, agora eu
mereço, afinal estou trabalhando tanto etc e tal…-, aquelas justificativas
todas que nos damos quando estamos por um fio de cometermos um dos sete
pecadinho ditos capitais, as ditas frases de efeito para nos
consolarmos. -Tele entrega, isto, tele entrega, vou mandar vir um bem
charmoso! Um 'gastinho' não vai empobrecer-me muito mais-. Liguei
para uma e pedi o serviço completo com tudo o que tinha direito.
Disseram-me para aguardar que em 45 minutos chegaria. -Hum…- quando dizem o
horário você desligue o telefone e dobre este horário, é sempre assim.
Fui tomar uma ducha e
preparar-me com a roupa de dormir, escolhi a mais sensual que eu tinha,
esperava com tanta paixão engolindo sofregamente a saliva que teimava em
querer escorrer. Interfone tocando, saltei em um só pulo para ele e
recebi-o de braços abertos. O entregador resolveu confirmar o pedido: -É
aqui um filé com fritas?- Eu rapidamente retruquei: éééééé….- Fechei a
porta e aquela maravilha colocada num recipiente térmico olhou-me
completinho: ele, dois ovos e muitas batatinhas fritas. Atirei-me no
sofá da sala e devorei tudo o que podia. Satisfeita fiz a higiene noturna e
fui dormir, às duas horas da manhã.
Pesadelos muitos, ao acordar
tonturas e dores de cabeça, mal… eu estava mal. Tive problemas
gastrointestinal, sentia-me fraca e aborrecida porque não poderia dar
conta da minha tarefa e minha meta diária. Cada vez que ele vinha na
minha lembrança ia correndo para o banheiro para expelir o mal. Maldita gula,
maldito ele! Passei mal durante dois dias, os trabalhos acumularam-se,
passei a noite de Natal e do Ano Novo trabalhando por culpa de uma
sedução.(elpis)
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