Ser ou estar alegre, seria escolha ? Sem dúvida, ser é permanência na alma, estar alegre, um estado momentâneo. Talvez, erroneamente façamos, quase sempre, o enlaçamento entre alegria/solidão/solitude e estar só (recolhimento). Há pessoas que já atingiram todos os seus propósitos nesta vida, entretanto de natureza triste. Outras ainda sem plenitude e imensamente alegres. Algumas, parecem vazias e sem motivação, e agindo assim nos afastam do seu convívio, sem ao menos notarem a razão, ou o por quê. Afastam-se aos pouquinhos preferindo o isolamento completo. Não sou terapeuta, mas penso que cada um encontra um escape para a solidão, tenho algum entendimento sobre o assunto porque como todos já aprofundei o meu sentimento com relação a alguns do aqui tratado, e diferencio, a minha maneira, os sutis aspectos.
Solitude, de acordo com alguns especialistas, não é estar sozinho, mas sentir-se sozinho, apesar das companhias próximas, pessoalmente dou o nome de 'enlutamento'. Seja qual for o nome, o isolamento da solitude costuma ser acentuado por perdas. Muitos sentem dificuldades em aceitá-las, principalmente a morte de pessoas próximas. Algumas pessoas são, por natureza, mais retraídas, sentem o sintoma da solitude mais freqüentemente. Outras, passam por situações traumáticas que trazem consequencias inibitórias ou apresentam uma baixa capacidade de enfrentar ou se adaptar às dificuldades da vida. A solitude pertence a nossa história de vida e, a cada um, é dado o tempo necessário para reerguer-se. A pior solitude que eu enfrentei, foi recentemente quando perdi alguns bens ao investir e ser mal sucedida em um trabalho próprio. Fui afetada, não só financeiramente, minha saúde ficou abaladíssima e com baixa autoestima fugia de todos por vergonha do julgamento de fracasso que poderia (imaginava) ser rotulada. Apesar de ser alegre por natureza, precisei perseverar para erguer-me por longos doze meses, ou mais.
O solitário afasta de si todas as
possibilidades de transmitir e irradiar o brilho do seu tempo convivendo
em harmonia e com alegria com outras pessoas. Solidão não é isolamento imposto só a si, atinge e afeta as outras pessoas que a amam. Impor-se à solidão é opção, por ironia deve ser respeitada, nos resta a tarefa de tratar de forma subliminar, não agressiva e carinhosamente que esse ser querido seja encaminhado a um terapeuta.
Somos seres gregários, é da nossa condição viver em família, grupos, em comunidades. Isolamento é descabido, porque os próprios eremitas não se isolavam completamente; almas caridosas forneciam-lhes alimentos, roupas e ajuda, quando necessário.
Acredito em recolhimento para a nossa saúde mental. Estar só e de bem conosco, posicionarmos os ponteiros nos segundos da nosso sentido da vida, em contato apenas da natureza ou do que intimamente nos dá prazer, buscar a nossa calma e serenidade, para vez em quando compartilharmos carinho e dividirmos alegria com os outros. O solitário se exclui da diversão, dos amigos e atividade social, seria como 'sequestrar-se' do amor que o devotam.(elpis)
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