quarta-feira, 13 de março de 2013

Se houver amanhã !

Se houver amanhã direi as mais lindas palavras de carinho que jamais foram ditas. Sei que o amanhã é um pouco relativo, porque ele nos  foi imposto por aqueles que julgavam ou  o mediam da maneira que melhor o entendiam. Tudo o que pensamos é para depois, ou amanhã. Deixa-se de vivenciar momentos presentes que poderiam ser os mais felizes de nossas vidas para, primeiro, fazer o que nos é imposto para o momento futuro.

 Não há dúvidas que precisamos sobreviver aqui, trabalhando, cumprindo com as obrigações que escolhemos ou que nos escolheram para que o dia de amanhã renda bons frutos. A necessidade de mostrarmos que vivemos em sociedade e que essa sociedade tem que dar o melhor e aparentar o melhor em quantidade, não em qualidade, nos faz escravos de nós mesmos.

Se pensássemos que o tempo é um fio invisível e que pode nos lançar para um outro lugar, agradável talvez, mas, não mais estivéssemos aqui ao lado das pessoas amadas, dos lindos dias de sol, da natureza e dos animais, qual seria a nossa relação com o tempo? Certamente, agiríamos como se não houvesse amanhã, cantaríamos o tempo inteiro as nossas canções favoritas, riríamos muito, acariciaríamos até aquele que julgamos ser nosso opositores.

Tiramos uma temporada chamada "férias" para esquecermos os aborrecimentos e o cansaço dos dias corridos pra lá e pra cá. Planejamos os bons momentos que viveremos, a viagem que faremos, os lugares que conheceremos e nos esquecemos de planejar o hoje e o agora, com bons e pequenos momentos de "férias" para acarinharmos as pessoas que estão próximas a nós. No final do dia, ao voltarmos para descansar encontramos novamente o mau e velho tédio a nos aguardar espreitando-nos para que possamos apenas suspirar, reclamar e isolar tudo que poderia tornar-se lindo se olhássemos com outros olhos, olhos de doçura, olhos de alegria, olhos de um invejável brilho e de felicidade por termos conseguido estar tão próximos de seres que o tempo nos deu, ou melhor, nos emprestou, uma vez que ele(o tempo), nos roubará e nos levará ao ponto final do trajeto.

 Às crianças impomos tarefas que devem ser executadas porque todos assim o fazem. É padrão, então façamos! Não olhamos no fundo dos seus olhos para ver o brilho da alegria de viver, que tem cada criança em seu olhar. A criança já aprende que devemos ter deveres e obrigações, não os prevenimos que quando adultos farão de seus dias, como cidadãos, um eterno mundo ilusório e mesquinho consigo e com os outros.

Como indivíduos e sociedade, corremos o grande risco de nos negarmos amor e aos outros, nos reprimirmos emocionalmente e nos tornarmos agressivos porque vivemos como se o limite entre tempo e saúde fosse espaçoso e infinito, ao ponto de pensarmos na imortalidade.

A capacidade de amar parece estar ligada ao fazermos do que ao sermos. É difícil encontrarmos harmonia e paz interior quando se vive em um mundo tão conturbado, no entanto, devemos estar sempre atentos que amor está intimamente ligado à paz interior. Ao expressarmos as nossas emoções, no momento certo, aquele que nos é solicitado por nós, ou pelos que amamos , vivenciamos o tempo com mais alegria  e encontramos verdadeiramente o espírito livre, para podermos chegar a linha do invisível que tirará o tempo, definitivamente, de todos nós.(elpis)

                                                                                                

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