Agora consigo entender porque a humanidade corre. Entendo, mas continuo pensando. E talvez o que me faça continuar a pensar é porque eu esteja mais no meu silêncio, fugindo cada vez mais da correria que vejo nas pessoas. Elas mesmas me parecem fugir de si. Não consigo mais esticar uma boa conversa, um aprofundamento em algum assunto ou ouvir novas ideias sobre algo novo que esteja acontecendo. Nas redes sociais leio e releio os mesmos comentários ditos isoladamente quase sem um posicionamento próprio, soam-me como palavras soltas ou cópias de outros pensamentos. Quase não consigo distinguir exatamente, individualmente o que defendem ou abraçam com fervor.
Outro dia conversando com um jovem ele perguntou-me 'como faço para falar de tal assunto no seminário, eu conheço o assunto, mas tenho um vocabulário restrito e sei que ficarei nervoso na hora de responder as perguntas que me fizerem.' Era a sua primeira participação em um seminário sobre meio ambiente. Resumo a resposta dada por mim: o mais importante você conhece bem, gosta do assunto, assumiu o seu papel de defensor da sua ideia, agora pare, busque o silêncio, busque na natureza, é ela a sua aliada porque é ela que você defenderá no seminário. Quanto às perguntas e respostas, não importa, no momento, se o seu vocabulário é restrito ou simples, importa que sempre, (e leve isso para todos os assuntos da sua vida) a cada pergunta feita a nós por alguém, a resposta seja completa, porque meias palavras são meias verdades. Se você realmente ama e defende como sua verdade leve-a adiante e dê respostas completas, não resuma nada. Pare com as correrias e volte-se para dentro, não faça ensaios para o que poderá acontecer. Se ele seguiu o que lhe disse ainda não sei, enfim, adorei dar-lhe a minha contribuição.
Escrevi o que lembro da nossa conversa porque vejo que essa é a minha observação sobre o assunto introduzido no texto. As pessoas precisam aquietar, serem observadoras de si mesmas e pararem de ser, apenas, espectadores e consumidoras dos 'dejetos' expelidos nas redes sociais, mídia impressa ou televisiva. Alguns minutos para ler um bom livro e alguns minutos em silêncio total são joias raras que nos trarão muitos milhões de enriquecimento pessoal com bônus para darmos aos mais jovens quando buscarem nossos conselhos.
Quanto a mim ainda consigo transitar bem com os jovens, os adoro e sei que me querem bem porque minha vida profissional me proporcionou essa empatia, me sinto lisonjeada e é maravilhoso. O único senão que há é o de saber que a eles estão transmitindo um mundo com falsas aparências, deixando suas mentes agitadas e barulhentas sem raciocínio esclarecedor.(elpis)
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