Conversa com a Solidão

Está na hora de conversarmos, minha amiga solidão. Às vezes a sinto bem, outras vezes sofrida. Não que queira viver sem você, nos damos bem, eu sei, solidão. Quando acordo e vou dormir você está sempre comigo, já não me importo mais com a sua presença, minha casa já fez rotina comigo e você.
Sabe o que mais me incomoda, solidão? O que ainda me assusta, solidão? São aqueles incômodos frios no estômago das lembranças do que não foi. Não é que tenha guardado mágoas, as tais já foram cicatrizadas com sucesso. O que ainda me surpreende, o que me entristece são, principalmente, observar as estrelas e lembrar, vez em quando, o porquê não estarem alinhadas quando conheci aquele que viria para me fazer companhia, então, não estaríamos tão juntas, e você sabe muito bem como é conviver com você. Pensar que você é medonha, não faz jus ao que sinto em dias de chuva. Temos que seguir, eu sou você e você tem a mim.
Hoje, aquelas lembranças estão um pouco afastadas, não sinto frios no estômago, nem me encontro melancólica.

Nesse momento a convido cerimoniosamente, solidão, vamos ouvir boa música, deixemos o espírito liberto, voemos juntas, se tivermos que chorar que as lágrimas escorram sem nos importar e com bom vinho brindemos a nossa união, minha amiga solidão.(elpis)