
sábado, 24 de abril de 2021
''Ler mudou, muda e continuará mudando o mundo. Quando o dia do juízo final chegar e todos os segredos forem revelados, não devemos ficar surpresos ao saber que a razão pela qual evoluímos do macaco ao homem, e deixamos nossas cavernas e depusemos nossos arcos e flechas e sentamos ao redor do fogo e conversamos e demos aos pobres e ajudamos os doente, a razão pela qual construímos, partindo da aridez do deserto e dos emaranhados da floresta, abrigos e sociedades, é simplesmente esta: nós desenvolvemos a paixão da leitura.''(O Sol e o Peixe, de Virginia Woolf)

quarta-feira, 21 de abril de 2021
Toda a minha vida foi feita de sonhos e foram os sonhos que me moveram sozinha
sem ninguém com quem contarsendo criança sem bens, bençãos, sem pais...
só me restava sonhar.
Cresci com medo do escuro rezando para o dia chegar e desse temor da vida...
só me restava sonhar.
Vesti-me de sonhos!
Em cada um desses sonhos coloquei muita energia, em alguns não precisei muito pensar
Outros me obrigaram ser forte, percorrer caminhos desconhecidos, meditar, parar... e se não os realizei,
não era para realizar.
De repente me dou conta que cada um deles foi um pedacinho de mim.
Quem sabe sou nessa vida retalhos de vários sonhos, realizados ou não,
ainda assim,
merecendo ficar guardados até que se rompa a vida
e passe a outro patamar.
Quem dirá não fossem deles a pessoa que me tornei,
de retalhos em retalhos,
as lutas que travei para me manter forte
pois deles vieram o impulso da Vida que desejei.(elpis)

sábado, 17 de abril de 2021
Soneto de Separação
De repente do riso fez-se o pranto
Silencioso e branco como a bruma
E das bocas unidas fez-se a espuma
E das mãos espalmadas fez-se o espanto.
De repente da calma fez-se o vento
E das bocas unidas fez-se a espuma
E das mãos espalmadas fez-se o espanto.
De repente da calma fez-se o vento
Que dos olhos desfez a última chama
E da paixão fez-se o pressentimento
E do momento imóvel fez-se o drama.
De repente, não mais que de repente
Fez-se de triste o que se fez amante
E de sozinho o que se fez contente.
Fez-se do amigo próximo o distante
De repente, não mais que de repente
Fez-se de triste o que se fez amante
E de sozinho o que se fez contente.
Fez-se do amigo próximo o distante
Fez-se da vida uma aventura errante
De repente, não mais que de repente.(Vinícius de Moraes)

sábado, 10 de abril de 2021
Ouço-te ainda a voz, ouço o pigarro, ouço teu riso aberto e os dentes todos
parecendo teclado, qual disseste.
Os discos que gravaste estão comigo
Os discos que gravaste estão comigo
e quando chove ou quando sorvo o triste vazio
dos amigos que se foram,
neles te reconstruo e logo sinto
neles te reconstruo e logo sinto
essa presença em gestos e palavras, esses óculos míopes, e mais ainda
a poesia que faz de ti um mito.(Carlos Drummond de Andrade)

terça-feira, 6 de abril de 2021
Os Poemas
Os poemas são pássaros que chegam
não se sabe de onde e pousam
no livro que lês.
Quando fechas o livro, eles alçam voo
como de um alçapão.
Eles não têm pouso
nem porto
alimentam-se um instante em cada par de mãos
e partem.
E olhas, então, essas tuas mãos vazias,
no maravilhoso espanto de saberes
que o alimento deles já estava em ti..." (Mário Quintana)
não se sabe de onde e pousam
no livro que lês.
Quando fechas o livro, eles alçam voo
como de um alçapão.
Eles não têm pouso
nem porto
alimentam-se um instante em cada par de mãos
e partem.
E olhas, então, essas tuas mãos vazias,
no maravilhoso espanto de saberes
que o alimento deles já estava em ti..." (Mário Quintana)

sexta-feira, 2 de abril de 2021
O Mais que Perfeito
"Ah, quem me dera ir-me
---Contigo agora
Para um horizonte firme
---(Comum, embora...)
Ah, quem me dera ir-me!
Ah, quem me dera amar-te
---Sem mais ciúmes
De alguém em algum lugar
---Que não presumes
Ah, quem me dera amar-te!
Ah, quem me dera ver-te
---Sempre ao meu lado
Sem precisar dizer-te
---Jamais: cuidado...
Ah, quem me dera ver-te!
Ah, quem me dera ter-te
---Como um lugar
Plantado num chão verde
---Para eu morar-te
Morar-te até morrer-te..." (Vinicius de Moraes) ("O vento de outono" do Escultor Jonathan Hateley)
---Contigo agora
Para um horizonte firme
---(Comum, embora...)
Ah, quem me dera ir-me!
Ah, quem me dera amar-te
---Sem mais ciúmes
De alguém em algum lugar
---Que não presumes
Ah, quem me dera amar-te!
Ah, quem me dera ver-te
---Sempre ao meu lado
Sem precisar dizer-te
---Jamais: cuidado...
Ah, quem me dera ver-te!
Ah, quem me dera ter-te
---Como um lugar
Plantado num chão verde
---Para eu morar-te
Morar-te até morrer-te..." (Vinicius de Moraes) ("O vento de outono" do Escultor Jonathan Hateley)
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