Ultimamente tenho pensado muito sobre a trajetória de vida das pessoas; um pouco porque estou me reinventando para poder atravessar esse momento crítico que o mundo sofre; outro tanto porque tenho perdido conhecidos sem poder dar adeus.
Penso que o meu caminho sempre foi de superação de mim mesma. Não tive uma base familiar sólida, senti a dor da orfandade praticamente desde o meu nascimento, e fui me tornando órfã na vida. Meu crescimento pessoal foi investir nos estudos e me realizar profissionalmente na área que eu desejava seguir. Foi a melhor parte de mim, antes da maternidade. Por outro lado as marcas de infância sempre ficaram e as guardo em uma gaveta secreta da alma: ansiedades; rejeições; inseguranças, ou desconfianças. Com o tempo o peso dessa gaveta tornou-se bem mais leve por conta da maturidade, mas... se tocada com força, abre-se.
Apesar de tudo, nunca perdi a esperança e no plano onde estão os meus genitores certamente sentem que eu sou eles, e eles vivem em minha escolha de vida.
Hoje é meu aniversário, entretanto não festejo aniversários eu não nasci, cresci e crescendo superei as fraquezas que o destino quis impor a mim. Sim, cresci com honestidade e sentindo muita compaixão ao próximo. Às vezes que ouso julgar as imperfeições de alguém, em seguida me coloco no lugar desse alguém, por isso, também, sou insuportável aos olhos daqueles que não são como sou, as descarto sem ser paciente com ninguém.
Por toda minha vida penso solidariedade não como qualidade, mas como uma forma carinhosa do olhar. Não tenho motivos para comemorar aniversário tenho motivações para viver buscando. Nessa busca reinvento o meu modo de viver, sem jamais deixar de ter empatia. Quanto ao meu aniversário gosto de pensar no renascer de uma planta cujas folhas transparecem minúsculas nervuras secundárias e se unem às nervuras primárias incorporadas e bem definidas, iguais as rugas que aparecem trazendo-nos recados do tempo.
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