"Com esta solidão
ingrata
tranquila
com esta solidão
de sangrados achaques
de distantes uivos
de monstruoso silêncio
de lembranças em alerta
de lua congelada
de noite para outros
de olhos bem abertos
com esta solidão
desnecessária
vazia se pode algumas vezes
entender
o amor." (Mário Benedetti- Antologia de Poemas de Amor- Tradução de Julio Gehlen)
sábado, 26 de agosto de 2017
sábado, 19 de agosto de 2017
Em silêncio olhava seu rosto, não me cansava de olhar. Saberia reconhecer cada sinal na sua pele, cada trejeito do rosto, às vezes curioso, às vezes fantasioso; o amava, tenho certeza. Amava, mas de alguma forma lá dentro da minha alma havia algo que afirmava que aquele rosto que parecia muitas vezes sereno escondia segredos. Vez por outra pensava atrever-me perguntar o que havia, qual a verdade que não podia revelar-me. Não podia! Não é assim que procede uma pessoa educada. Se fosse para saber, tudo já seria dito. Segredos não podem ser revelados até que se confie em alguém. E aí estava o perigo talvez eu não fosse da sua confiança, ou a voz que em mim persistia estava enganada, e como o amava essa voz que se aquietasse. Acontece que ela aquietou-se, calou-se, não mais a escutei desde que eu passei a ouvir dele várias vezes ao dia, por trinta dias que eu seria um problema para ele e sobre isso ouvir, de tanto ouvir, não me aprofundei no motivo de ser eu vista como um problema e não uma pessoa que lhe fazia companhia. Só senti dor, uma profunda dor calada. Não sentia piedade de mim, sentia humilhação por não compreender a minha voz interior.
Hoje se o visse talvez não encontrasse algo nele que lembrasse aquele rosto, lembro-me sim de perguntar-me ainda se as pessoas mudam com o tempo; se nosso olhar é diferente quando amamos, ou as pessoas são outras quando as deixamos de amar.(elpis)
Hoje se o visse talvez não encontrasse algo nele que lembrasse aquele rosto, lembro-me sim de perguntar-me ainda se as pessoas mudam com o tempo; se nosso olhar é diferente quando amamos, ou as pessoas são outras quando as deixamos de amar.(elpis)
quinta-feira, 17 de agosto de 2017
Se não fosse desse jeito, seria de nenhum jeito
Mas... que jeito?
Um jeito sujeito meio sem jeito por falta de amor
Sujeito feito, pobre coitado nem sabe amar
sentiu dissabor,
forjou aventuras,
fugindo de si,
ficando sem nada
Como pode um sujeito sem coração no peito
Corromper outro peito cheio de amor?(elpis)
Mas... que jeito?
Um jeito sujeito meio sem jeito por falta de amor
Sujeito feito, pobre coitado nem sabe amar
sentiu dissabor,
forjou aventuras,
fugindo de si,
ficando sem nada
Como pode um sujeito sem coração no peito
Corromper outro peito cheio de amor?(elpis)
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