"Nada espera, ninguém.
Você lava o rosto, finge não ter visto coisa alguma.
É possível também ligar o rádio.
Um banho frio, o café feito uma bofetada.
Há pensamentos-matinais-despenteados que põe o rabo entre as pernas e dão o fora, mas outros adoram apanhar.
Quanto mais você bate, mais ele arreganha os dentes e instiga para apanhar mais.
Isso magnetiza e atrai outros pensamentos, ainda mais descabelados e até então escondidos.
Se era um nome, vem um sobrenome.
Se era um rosto, vem a textura da pele, um cheiro um jeito de olhar.
Se fantasia, ganha cor, e assim por diante.
Pensamentos desse tipo são quase sempre proustianos: loucos pelo velho e bom tempo perdido."(Caio Fernando Abreu)
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